Quem poderia imaginar que um dia estaríamos pensando sobre o computador
como fonte de crise e discórdia dentro do casamento? Parece estranho,
mas é verdade! Você sabia que no ano de 2009 nós, internautas
brasileiros, passamos cerca de 23 horas e 47 minutos por mês, utilizando a internet?
Para entendermos este fenômeno que tem afetado nossas relações
familiares, precisamos considerar contextos históricos importantes.
Observando a cultura judaico-cristã, detectamos que o o núcleo
familiar foi preservado ao longo do tempo como fonte de entretenimento,
e algumas questões implícitas neste modelo são pertinentes. Reunir a
família como forma de perpetuação da tradição oral, ou contar as
histórias do povo hebreu, por exemplo, permitiu um comprometimento
relevante com o núcleo familiar, percebido até os dias de hoje . É
difícil conceber em nosso pós-moderno modo de enxergar a vida que, não
existia televisão, rádio, internet e muito menos enegia elétrica, ao
contrário disso, eram utilizadas candeias, e ao redor desta "precária"
iluminação é que tudo acontecia, impossibilitando que os membros da
família ficassem longe uns dos outros.
Entretando, mesmo muito bem servidos de todo aporte tecnológico, e até mesmo autores de grande parte de modernas tecnologias digitais.
Israel hoje é um dos maiores exportadores de tecnologia em jogos de
raciocínio, por ter preservado ao longo da história jogos em família.
Hoje Israel exporta, inclusive para o cenário educacional
brasileiro, este tipo de tecnologia, metodologias que utilizam-se de
jogos de tabuleiro e desafios, entre outros, que estimulam e
estruturam o pensamento lógico de seus alunos.
Feuerstein, teórico judeu que ampara estas metodologias como
fonte estruturadora do raciocínio e Vygostsky, filósofo de relevância na
área educacional, concordam que o ato de brincar é fundamental para a
formação do indivíduo. Estes eventos, quando vistos sob uma perspectiva Cristã, ganham intensidade por terem sido grande fonte agregadora do núcleo familiar.
Mas as relações mudam, e com a Revolução Industrial no século
XXIII, o surgimento da energia elétrica e a sua utilização para a
economia, contribuiu para mudanças significativas nos relacionamentos,
pois a partir de então há o aumento da jornada de trabalho, surgindo
também novas perspectivas de consumo, e tempo.
Podemos então entender que depois do advento da energia
elétrica, as relações humanas, e e principalmente as familiares mudam
muito; o tempo e as oportunidades regem as relações familiares. Estávamos prestes a uma grande mudança; surge na década de 30 o aparelho
televisor, a TV nossa de cada dia, consolidando-se massivamente por
volta dos anos 50.
Quanto a TV ganha massificação, as relações familiares
novamente passam por uma transformação. É ao redor da TV, e não mais da
candeia, que as pessoas diariamente se sentam, e juntas passam a
assistir programas; estão próximos, mas a interação começa a
desaparecer.
As próprias crianças com o tempo passam a mudar sua maneira de
agir, já que começam a assistir programas infantis, e passam a deixar de
brincar, sozinhas ou coletivamente, para assistir TV. A televisão
passa a ser a maior fonte de entretenimento das pessoas.
Historicamente, passamos de 7 ou 8 canais de TV para ter acesso a, no
mínimo, mais de 50 canais através de planos básicos de TV a cabo.
Porém o mundo continua mudando e sua relações também. Marshall
McLuhan filósofo dos anos 60, dizia que o mundo seria reduzido a uma
aldeia global, e que as pessoas passariam a relacionar-se de maneira
diferente. Em uma de suas publicações "Os meios de comunicação de massa
como extensões do homem" (1964), Lunhan enfatiza que o meio é a
mensagem, ou seja, o papel do canal e do código em termos do impacto da
comunicação no mundo, consolidando assim o conceito da aldeia global
como novo ambiente de uma nova esfera de relações.
Os cidadãos desta aldeia global seriam dotados de um aporte
tecnológico significativo, bem como uma visão pluriculturalista;
deveriam ser estes indivíduos versáteis linguisticamente, entre outras
características - este foi o prenúncio da globalização.
Hoje, desfrutando de uma sociedade globalizada imersos na
aldeia global de McLuhan, discernimos dois perfis de indivíduos quanto
a capacidade de interação tecnológica; são eles, os nativos digitais,
ou seja, indivíduo com menos de 20 anos que cresceram imersos em meio a
uma cultura tecnológica efervescente, e nós outros, cidadãos que estão
no estágio imigratório à todo este universo digital.
Os benefícios da rede são notórios - Richard E. Mayer, ícone
dos estudos de aprendizado multimídia, descreve em seus trabalhos a
relevante economia constatada pelas empresas com o adventos das salas
virtuais e o ganho institucional causado pelo meio digital. Com isto, o
ambiente corporativo não mais necessariamente é o local para instruções
profissionais, e sim é sutilmente convidado a invadir os lares, o
tempo de lazer e o tempo em família.
Que fique claro - não sou contra a tecnologia, e desfruto de suas benéficas, mas tenho estudado e observado a falta de maturidade com
que lidamos com essa ferramenta.
Há ainda o perigo da pornografia que está ali no seu próprio
quarto, ou através da amizades que muitas vezes iniciam-se
despretenciosamente, mas acabam por revelar a intenção da perversidade
sexual embutida, e com isso as famílias passam por correr riscos Isso
pode começar por uma "simples amizade" num site de relacionamento. A
pergunta que faça neste momento é -O que leva uma pessoa a buscar
amizades na rede? Pasmem, mas a pornografia tem viciado mais do que o
crack! Um estudo do Senado Americano do Comitê de Ciência e
Tecnologia, segundo Mary Anne Layden, co-diretora do programa de
Psicopatologia e Traumas Sexuais da Universidade da Pensilvânia, diz
que a pornografia é o maior perigo para a saúde psicológica das pessoas.
Segundo estudos feitos em de 2002, nesta época existiam cerca
de 400.000 sites pornográficos e cerca de 70 milhões de pessoas
acessavam pelo menos um site pornográfico por semana. Estudos
realizados pelo Professor Richard Drake da Universidade Brigham Young
nos EUA, nos relatam que a pornografia pode causar danos com efeitos
similares ao da cocaína, produzido dependência e distúrbios mentais.
Estudos realizados nos EUA nos alertam que cerca de 40% dos
cristãos são afetados pela pornografia, ou tem acesso a ela. A revista
americana Leadership fez uma pesquisa com pastores americanos, e
constatou que aqueles que gastavam mais tempo na internet eram
provavelmente os que acessariam sites pornografico.
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