O jornal New Zealand Herald, um dos
mais influentes das ilhas vizinhas à Austrália, publicou uma matéria
investigativa esta semana envolvendo o nome da Igreja Universal do Reino
de Deus. Como consequência, surgiram pedidos para que se investigue a
“seita”, que já foi tema de uma série de acusações de exploração da fé,
feitas por um canal de TV local.
As acusações de ser uma seita não são novidade para a IURD, que
nasceu no Brasil e em poucas décadas se espalhou por todo o mundo. Desde
2005 está na Nova Zelândia, país colonizado pelos ingleses e onde a
maioria ainda é seguidor da Igreja Anglicana. Contudo, a prática da
venda de “objetos milagrosos” não é bem vista.
Uma recente campanha da IURD no país promete que oferecerá azeite de
oliva em troca de uma oferta. Esse óleo veio de Israel e recebeu
orações. Por ser ungido teria capacidade de curar problemas de saúde
como tumores, além de esquizofrenia e até problemas de relacionamento.
Panfletos colocados em caixas de correio na capital Auckland convida
para os cultos como “uma oportunidade única para aqueles que precisam de
um milagre.”
Herald procurou o responsável pela igreja que distribuiu os
panfletos, pastor Renato Fernandes. Ele se recusou a falar e encaminhou a
reportagem ao líder na capital, bispo Victor Silva, exigindo provas da
eficácia do uso do óleo oferecido. Silva limitou-se a enviar um e-mail
dizendo que seu uso é “um ato de fé”, e que “a fé pode ajudar no
processo restaurativo”.
Ofertados nas garrafas em forma de cruz já conhecidas no Brasil, o
grande evento deste domingo será realizado no Centro de Eventos Vodafone
em Manukau. O problema é que as promessas da igreja em relação ao óleo
podem ferir leis locais.
O material promocional na IURD traz testemunhos de pessoas que
afirmam terem sido curadas, mas não oferece provas médicas. “A Igreja
não tem perícia médica especializada para verificar todas as pessoas que
se apresentam na igreja com uma doença. Por isso elas sempre são
aconselhadas a procurar um médico de sua confiança.
Para evitar problemas com a justiça, a igreja colocou uma nota em
letras pequenas na parte inferior do panfleto onde lê-se “O Centro de
Ajuda IURD não tem a pretensão de curar as pessoas, mas acredita que
Deus pode fazer isso através do poder da fé. Siga sempre as instruções
do seu médico”.
O vice-presidente da Associação Médica da Nova Zelândia, Stephen
Child, disse que usar o azeite oferecido pela igreja é uma opção
pessoal. Explica que todos os tratamentos com “efeito placebo”, mostram
em média, que 30% dos doentes apresentam melhora. O que não significa
uma cura total. Por isso, faz um alerta: “Se você estiver disposto a
correr riscos … a escolha é sua”.
A matéria foi reproduzida em outros jornais e sites de língua
inglesa, como o Religion News da Holanda, que não poupou críticas às
práticas da igreja, comparando a prática à feitiçaria.
Gospel Mais
segunda-feira, 31 de março de 2014
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